Projeção Astral e Grandes Antigos
Diário de bordo de um planinauta
Me projetei para uma planície astral chamada Glimmerpost (carta de terreno do Magic the Gathering) e lá conjurei uma escada em espiral, que ia subindo até os céus. Subi por muito tempo, e aos poucos não conseguia mais ver o chão lá embaixo; conseguia ver galáxias e estrelas no céu, em uma visão cósmica para todos os lados, a perder de vista.
Cheguei a um patamar na forma de um disco e percebi que existiam sete plataformas dessas, separadas umas das outras por um lance de escadas. Em cada plataforma encontrei um dos Grandes Antigos descritos por H.P. Lovecraft.
Shoggoth
O Shoggoth é um ser metamorfo que se apresentou na forma de uma massa com muitos olhos, bocas, braços e pernas que se alternavam, se construíam e destruíam naquela geleia disforme. Ele disse:
“Molda sua forma e muda tua realidade”.
Fazendo uma associação com o Chakra Básico, Shoggots representam a capacidade de moldar a forma de ser, a forma de viver no mundo. Esta forma de ser pode nos fazer experimentar diferentes eventos e impressões, e realmente altera a forma que as pessoas interagem conosco, alterando nossas possibilidades de interagir com elas. A forma e a aparência, infelizmente, ainda interferem bastante na nossa navegação pelo mundo durante o que chamamos de vida.
Dagon
Dagon se apresenta como um ser marinho, e nesta projeção se mostrou como uma lula gigante, cujos tentáculos se moviam fazendo ações diferentes e desencontradas uns em relação aos outros. Ele disse:
“Mergulha no inconsciente para acessar o Caos”.
O inconsciente possui muitos conteúdos que a princípio podem parecer assustadores, mas depois nos mostram que contêm oportunidades de evolução. Dagon nada nessas águas profundas, e associando-o ao Chakra Sacro podemos sentir esses conteúdos (que nem sempre podem ser racionalizados, dada sua complexidade). O caos não pode ser confinado em uma forma, pois cada vez que se faz isso apenas se vê uma parte do todo, perdendo sua gama completa de possibilidades.
Shub-Niggurath
Um bode negro com olhos flamejantes que representa a impulsividade, a sinceridade de propósito e os instintos, sem elocubrações e sem fingimentos, Shub-Niggurath disse:
“A quebra de estruturas é necessária para iniciar a jornada”.
Quando uma pessoa obedece as estruturas que lhe foram impostas, está limitada a seguir um caminho similar ao que já seguiram. Porém a jornada pessoal só começa quando essas estruturas começam a ser postas em cheque e rompidas conforme necessário. Associando-o ao Plexo Solar, temos o aspecto de fazer diferente, fazer com base na vontade, fazer guiado pelo instinto e pela intuição, que realmente não precisam seguir estruturas e não deveriam ser tolidos por elas — desde que não causem danos aos outros ou atrapalhem sua própria jornada individual.
Cthulhu
Um gigante com asas e cabeça de polvo, Cthulhu apareceu como uma estátua (ou um ser adormecido estático) enorme, parecendo que havia sido feito com pedra-sabão verde polida. Ele disse:
“Quem enfrentou a morte acessou conhecimento e o comunica por meio de sonhos”.
Aqui vemos um aspecto interessante onde a conexão promovida pelo Chakra Cardíaco pode permitir entrar em contato com quem já se foi, realizando diálogos e entendendo aspectos que foram acessados pela pessoa do outro lado do véu. Quem passou pelo véu entre os mundos acessou conhecimento, e fica sonhando — enviando conteúdos mentais, como no mito de Cthulhu — em sua “ilha dos mortos”, onde espera as estrelas estarem corretas para reencarnar.
O Antigo
Um pepino-do-mar com asas e pequenos tentáculos, além de uma estrela-do-mar conectada à sua cabeça, os Antigos foram os seres que trouxeram a vida ao planeta Terra, além de construir templos enormes na Antártica. Ele disse:
“Conhecimento estabelecido é tecnologia”.
Fazendo uma associação com o Chakra Laríngeo, podemos analisar o papel da comunicação que permite a existência de uma comunidade internacional onde se pesquisa sobre determinado tema. O conhecimento obtido por uma pessoa sozinha pode ser valioso para ela, mas quando ele é comunicado e há interação em comunidade, o conhecimento se estabelece melhor, e podem ser desenvolvidas utilizações para o mesmo, como por exemplo tecnologias que mudam a vida coletiva. De fato, muitos “gênios” da humanidade podem ter estudado, captado conhecimento por intuição, desenvolvido tecnologia, mas esta tecnologia só se torna útil em maior escala caso seja compartilhada.
Nyarlatothep
Nyarlatothep não tem rosto, e ao mesmo tempo tem todos os rostos. Se apresentou como uma entidade com uma máscara que pode trocar a qualquer momento, e com um espaço vazio onde deveria ser o rosto. Ele disse:
“Quem manipula o Caos se banqueteia enquanto as outras pessoas estão presas na matéria”.
O uso de todas as energias do Caos de uma forma vantajosa para o magista pode permitir chegar muito mais longe do que quem pensa que tudo o que existe é o que pode ver e tocar — a matéria. O Chakra Frontal traz a visão do que há além da matéria, e isso traz uma libertação do que é puramente material, passando a entender que também existem energias físicas, campos eletromagnéticos, campos gravitacionais, energias metafísicas, energias sutis, energias espirituais, entre tantos outros elementos e seres invisíveis e imateriais, mas que podem influenciar e ser influenciados de forma mágica.
Azatoth
Azatoth se apresentou no topo da escada como um globo com diversos tentáculos e um grande olho no meio. Representa a vidência e onisciência no meio do universo. Ele disse:
“Me encontro no meio da criação, de onde vejo tudo e manipulo o todo”.
Aqui temos associação forte com o Chakra Coronário, a compreensão permitindo que se saiba onde procurar informações (por exemplo: oráculos ou métodos de pesquisa), que se saiba como ver o que deseja (por exemplo: skrying ou técnicas de medição) e que se saiba como manipular a realidade (por exemplo: rituais ou reações químicas).
A escada em espiral se torna uma metáfora visual para representar a coluna vertebral “sutil” com todos os Chakras conectados, e seguindo estes conselhos é possível entrar em contato com conhecimentos muito antigos, de difícil compreensão, aprimorando bastante a prática mágica.
Por: RoYaL.